PERFIL

Eu sou Julianin Araujo Santos, nascida no interior da Bahia, descobri o interesse por pesquisa ainda criança. Desde pequena observo as pessoas e me interesso pelos seus comportamentos, me lembro que em muitas festas de aniversário de colegas, enquanto as outras crianças corriam de um lado para outro, eu estava em algum canto observando os comportamento das pessoas presentes, encantada com as diferenças e diversidade de jeitos e expressões. Da mesma forma sempre fui uma criança que queria entender o porque das coisas serem como eram.
Desde muito cedo eu sabia que poderia ser o que eu quisesse, astronauta, arqueóloga, historiadora, cantora, nadadora, dançarina eram algumas das muitas coisas que eu queria ser quando criança. O que muitas dessas tem em comum? O desejo pelo desafio, pela descoberta, pelo acesso a memória dos mais vividos, pela pesquisa. Aquele experimento clássico da aula de ciências de colocar um caroço de feijão em um algodão molhado e esperar por alguns dias até que ele germine marcou a minha vida e mostrou que em mim havia curiosidade para descobrir e entender as coisas. Quando criança várias foram as tentativas de alimentar essa minha curiosidade de compreender, com uma amiguinha tivemos um cultivo de girinos com intuito de observar e acompanhar o crescimento até chegarem a ser sapos, embora não tenha dado muito certo foi uma iniciativa que nos rendeu leitura, pesquisa e um exercício imaginativo.
Artesã, desde pequena gosto de trabalhos manuais, sempre muito detalhista e persistente em busca da qualidade e perfeição do trabalho produzido. Aprendi com a minha mãe a fazer o crochê, com meu pai aprendi técnicas de confecção de bijuterias, com minha tia materna aprendi a costurar. Além dessas técnicas artesanais, aprendi por conta própria, juntamente com minha irmã a fazer cartonagem confeccionando pequenos presentes para pendurar na árvore de Natal. Meu gosto em observar me possibilitou na interação com outras pessoas aprender a bordar ponto cruz, a fazer tapeçaria e tricô.
     Meu olhar observador me rendeu um outro interesse, o de tornar palpável aquilo que era vivenciado, visto e observado. Sentia falta de ter registros escrito ou fotográfico sobre os meus familiares e antepassados. Nessa falta comecei a pensar nas gerações da minha família que viriam depois de mim e passei a registrar situações vividas, lugares visitados, pessoas conhecidas. Isso me rendeu o interesse em produzir memórias, de escrever o que faço a cada dia e de fotografar. Esses registros fotográficos sempre vinham acompanhado da expressão "essa é pra guardar para posteridade".


     Somando a tudo isso, nas festas de família, em algum momento entre brincadeiras com as primas e primos sempre estava eu querendo ouvir as histórias e "causos" dos mais velhos, sempre estava eu perguntando "mas como era isso naquele tempo?". A convivência com minha avó paterna me apresentou a velhice e despertou meu interesse pelas memórias e narrativas de vida das mais velhas e mais velhos, foi desde muito cedo que minha escolha pelo estudo da experiência de envelhecer de mulheres e homens idosas(os) se deu. E cá estou eu trabalhando com um interesse de quando pequena e fazendo disso meu compromisso de vida.